A esperança que me segue
Me faz voltar atrás afim de descobrir
Que as pessoas boas morrem
E arrancam do meu rosto o sorriso
E me forçam a seguir
Me perco no desejo dos meus olhos
Recordar não é o bastante para mim
Deixar de errar jamais
Com lições que aprendi
Pois pertenço ao mundo que faz parte de mim
E hoje tudo que é perfeito se torna
circunstâncias sofrimento e muita dor,
pois as pessoas boas morrem e seus atos
e heroísmos não lhes trazem privilégio nenhum
Caridade não lhe rende mais uns dias
Ter coragem não prolonga o seu viver
Agora lhe parece a real tão fria
Gratidão, não na hora de morrer
Pois pertenço ao mundo que faz parte de mim
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
terça-feira, 6 de outubro de 2009
em um bom dia eu acordo e todas as coisas estão nos lugares
acerto a roupa, acho os benditos óculos
não há vento, sol cegando, ou nuvens esparsas decorrendo nos períodos,
e sim um céu de outono, paralisado de tão azul.
num bom dia eu acordo e posso ler na cama,
ninguém aparece pra desejar bom dia
e já é tarde mas não tão tarde
eu fico esperando o telefone tocar e ele toca
as coisas se resolvem automaticamente,
horas se desenrolam, meu cachorro anda pela casa, espreguiçando
tem pão sírio na geladeira, requeijão e suco de maracujá
se o dia é bom, bom mesmo
eu encontro um livro, uma música, uma pessoa, um lugar
eu consigo consolar alguém que anda triste
eu rio, eu danço no quarto, na rua, no escuro.
se é noite, que seja exponencialmente melhor
em noites boas estou com a cabeça encostada na parede do meu bar
as pessoas estão em volta, rindo, contando um milhão de histórias curtas
ou então estou enroscada na pessoa que tem o meu coração e essa pessoa é grande o suficiente pra me esconder dentro dele,
e então desapareço do resto do mundo, pois o que eu preciso já me pertence.
sábado, 3 de outubro de 2009
Epifânia...
Fazia um tempo que eu não parava para observar o céu, hoje ele me trouxe uma perspectiva melhor de tantos acontecimentos. A sua mudança constante, do sol a um céu escuro, e logo o arco-íris. Parecia como meus pensamentos e talvez como alguns sentimentos constantes, temporários, talvez até surpreendentes. Com algumas doses de insanidade e com a profunda epifânia, pude rever muitas coisas, sentir muitas coisas, talvez até uma lágrima pura, isso me trouxe reflexões um tanto quanto inseguras na minha própria segurança. Me sinto horrível por cada vez machucar mais quem não merece, por tentar de todas as formas não fazer isso, e no fim, acabar fazendo. Mas eu não posso mudar, é algo no que não quero ter que pensar, e eu me sinto um tanto quanto idiota por não conseguir ao menos evitar que alguém sem um pingo de culpa do meu transtorno pessoal pague por algo que não escolheu sentir. Não vivemos em um lugar justo, mas a condenação é de cada um e a sentença é dada, por mais improvável que pareça, por si mesmo. Deve ser por isso que em momentos estou tão condenada, e em outros tão livre, tão leve. Deve ser apenas mais uma fase temporária. A mudança do vento, da estação, a mudança de lua, mesmo escondida atrás das nuvens lá estava ela, grande e com um ar de esperança, um pingo de medo, e a certeza de que é bom se preparar, porque ainda há muito o que acontecer. Sei que no fim o tombo maior vai ser meu, mas dessa vez quero apenas deixar cair pra poder levantar com mais força. Não há muito no que pensar, ainda mais porque estou evitando pensamentos, mesmo escrevendo boa parte deles aqui, não é nem metade do que eu gostaria de estar escrevendo, como não é nem metade do que estou pensando e sentindo. Mas algumas coisas tem que ser ocultas para não perder a essência.
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