terça-feira, 6 de outubro de 2009
em um bom dia eu acordo e todas as coisas estão nos lugares
acerto a roupa, acho os benditos óculos
não há vento, sol cegando, ou nuvens esparsas decorrendo nos períodos,
e sim um céu de outono, paralisado de tão azul.
num bom dia eu acordo e posso ler na cama,
ninguém aparece pra desejar bom dia
e já é tarde mas não tão tarde
eu fico esperando o telefone tocar e ele toca
as coisas se resolvem automaticamente,
horas se desenrolam, meu cachorro anda pela casa, espreguiçando
tem pão sírio na geladeira, requeijão e suco de maracujá
se o dia é bom, bom mesmo
eu encontro um livro, uma música, uma pessoa, um lugar
eu consigo consolar alguém que anda triste
eu rio, eu danço no quarto, na rua, no escuro.
se é noite, que seja exponencialmente melhor
em noites boas estou com a cabeça encostada na parede do meu bar
as pessoas estão em volta, rindo, contando um milhão de histórias curtas
ou então estou enroscada na pessoa que tem o meu coração e essa pessoa é grande o suficiente pra me esconder dentro dele,
e então desapareço do resto do mundo, pois o que eu preciso já me pertence.
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