segunda-feira, 14 de março de 2011

Vai entender;

“Ou se tem chuva e não se tem sol,
ou se tem sol e não se tem chuva!
Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!
Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.
É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo nos dois lugares!
Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo…
e vivo escolhendo o dia inteiro!
Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranqüilo.
Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.”

sexta-feira, 4 de março de 2011

(point)




"Hoje levantei cedo pensando no que tenho a fazer antes que o relógio marque meia-noite. É minha função escolher que tipo de dia vou ter hoje. Posso reclamar porque está chovendo...ou agradecer às águas por lavarem a poluição. Posso ficar triste por não ter dinheiro... ou me sentir encorajado para administrar minhas finanças, evitando o desperdício. Posso reclamar sobre minha saúde... ou dar graças por estar vivo. Posso me queixar dos meus pais por não terem me dado tudo o que eu queria.... ou posso ser grato por ter nascido. Posso reclamar por ter que ir trabalhar.... ou agradecer por ter trabalho. Posso sentir tédio com as tarefas da casa... ou agradecer a Deus por ter um teto para morar. Posso lamentar decepções com amigos... ou me entusiasmar com a possibilidade de fazer novas amizades. Se as coisas não saíram como planejei, posso ficar feliz por ter hoje para recomeçar. O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser. E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma.Tudo depende só de mim."

sábado, 29 de janeiro de 2011

Mamãe, não chore.

Eu tenho um beijo preso na garganta, eu tenho um jeito de quem não se espanta, eu tenho corações fora peito. Mamãe, não chore, não tem jeito.'

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Sou filha da lua




"Tenho um desejo infinito no peito e um lado que não se cala. Sou filha da lua.
Quero sempre o vôo mais alto, a vista mais bonita, o beijo mais doce.
Tenho um coração que quase me engole, uma força que nunca me deixa e uma rebeldia que às vezes me cega. Não gosto de café morno, de conversa mole, nem de noite sem estrela. Sou bem mais feliz que triste, mas às vezes fico distante, e me perco em mim como se não houvesse começo nem fim, nessa coisa de tentar achar explicação pra vida. Explicação mesmo eu sei: não há. E me agarro no meu sentir porque no fundo, só meu coração sabe. Sou fácil de ler, mas não tente descobrir porque o refrão insiste em tocar tanto. E me deixe ser assim, exatamente como eu sou. Meio gato, meio gente, desconfiada, independente, e adoradora e odiada de todos os luxos e lixos do mundo."

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Do meu jeito de ser



Eu tenho uma espécie de dever,
de dever de sonhar
de sonhar sempre,
pois sendo mais do que
uma expectadora de mim mesma
eu tenho que ter o melhor espetáculo que posso
E assim me construo a ouro e sedas,
em salas supostas, invento palco,
cenário para viver o meu sonho
entre luzes brandas
e músicas invisíveis."

sábado, 1 de janeiro de 2011

Saber como

Dá pra escolher entre ser carnívoro ou vegetariano, entre fumar ou não, entre correr na praia ou ficar um pouco mais na cama, entre jogar paciência ou ler um livro, entre amores serenos ou amores turbulentos. Se a escolha será acertada, aí já é outro assunto, o futuro vai dizer. Pensando bem, acertos e erros nem estão em pauta aqui. O que importa é ter consciência de que ficar sentado esperando que a vida escolha por nós não é uma opção confortável como parece. Descansados da silva, vem o tempo e crau: nos ultrapassa.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

De felicidade, todo mundo tem um pouco.

Houve um tempo em que minha janela
se abria sobre uma cidade que parecia ser feita de giz.
Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.
Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto.

Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde, e,
em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas.
Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual,
para que o jardim não morresse.
E eu olhava para as plantas,
para o homem,
para as gotas de água que caíam de seus dedos magros
e meu coração ficava completamente feliz.

Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor.
Outras vezes encontro nuvens espessas.
Avisto crianças que vão para a escola.
Pardais que pulam pelo muro.
Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais.
Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar.

Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega.
Ás vezes, um galo canta.
Às vezes, um avião passa.
Tudo está certo, no seu lugar,
cumprindo o seu destino.
E eu me sinto completamente feliz.

Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas,
que estão diante de cada janela,
uns dizem que essas coisas não existem,
outros que só existem diante das minhas janelas,
e outros, finalmente,
que é preciso aprender a olhar,
para poder vê-las assim.